NÓS

Chapter 32: Capítulo 31



Chapter 32: Capítulo 31

Tinha mandado a localização para Diego fazia meia hora. Eu estava sentada no vaso ainda com

cólica, a dor era tanta que eu estava começando a ficar tonta e perdendo as forças. Bateram na porta

e eu ignorei, deveria ser mais alguém da festa querendo ir no banheiro. Ninguém podia me ver nessa

situação.

- Manuela, abre essa porta - reconheci a voz, era Diego. Como ele sabia que eu estava aqui?

Me levantei com dificuldade e caminhei a até a porta para destrancá-la. Diego estava vestindo uma

bermuda jeans e um casaco preto de marca. Assim que entrou me analisou com os olhos arregalados,

com um olhar preocupado.

- Manuela, você está pálida - me analisou.

- Como você sabia que eu estava aqui? - o olhei.

- Segui a localização que você me mandou - guardou o celular no bolso. Content © NôvelDrama.Org 2024.

O sangue começou a escorrer pelas minhas pernas, a tontura tomou conta do corpo e Diego me

segurou para que eu não caísse.

- Me tira daqui - choraminguei - Está doendo muito.

Ele colocou seu casaco em mim e com um papel limpou o sangue que tinha escorrido pela minhas

pernas. Diego me guiou até seu carro e eu rezava para que ninguém tivesse percebido nada. Me

ajeitei no banco e fiquei com as pernas entreaberta.

- Vou te levar para o hospital - assenti e ele ligou o carro dando partida.

A cólica diminuía e aumentava, soava frio e estava toda trêmula. Diego chamava meu nome e sua voz

ia ficando cada vez mais distante, minha visão parecia estar em câmera lenta e do nada eu apaguei.

..

Abri meus olhos lentamente até minha vista se acostumar com a claridade. Eu estava deitada em uma

poltrona com soro na veia e não fazia a mínima ideia de como tinha vindo parar aqui.

Não lembrava mais de nada depois que eu apaguei, só alguns flash mas pouca coisa.

Diego adentrou ao quarto e estava com um café expresso nas mãos. Ele se sentou na poltrona ao

meu lado e passou as mãos pelo cabelo.

- Está melhor? - perguntou e bebericou seu café. Apenas assenti e dei um sorriso torto.

Depois de uns dez minutos a médica apareceu com uma prancheta na mão e me olhou dando um

sorriso amigável.

- Manuela herrera? - assenti - Como você está se sentindo?

- Bem, obrigada - me ajeitei na poltrona e sorri.

- Você é muito forte e deu uma grande sorte - sorriu.

- Por que, doutora? - perguntei com a voz falha.

- Com base no resultado do seu exame de sangue - Analisou os papéis - Você ingeriu bebidas

alcoólicas e drogas. Por causa disso você quase sofreu um aborto, por muito pouco você não perdeu

o bebê e coloca sua vida em risco.

Eu fiquei em choque, não sabia o que falar e me senti a pior pessoa do mundo.

- Você ficará mais algumas horinhas aqui em observação e depois irá ser liberada - sorriu.

- O bebê está be-bem? - gaguejei, senti uma pressão no peito e um nó na garganta.

- Sim, está - verificou o soro - Você irá precisar ficar de repouso uns dias, está bem? - assenti.

A médica me explicou mais algumas coisas e saiu deixando somente eu e Diego na sala.

- Não sabia que você além de sem noção você também era irresponsável - encostou na poltrona - Não

me surpreende.

- Dieg...

- O que é, Manuela? - me olhou sério - excesso de bebida alcoólica, drogas e mais o que? - abri a

boca diversas vezes mas nada saia.

Eu sabia que eu estava errada mas ele não tinha o direito de falar assim comigo.

- Você não me entende- cuspi as palavras.

- Não mesmo - soltou um riso fraco - A típica garota mimada que não sabe lidar com os próprios

problemas e age sem pensar no próximo ou até em si mesmo.

Diego saiu me deixando sozinha no quarto. Fiquei sentida com as palavras dele, não era só um

problema meu, era dele também. Eu estava me sentindo mal, sabia que no fundo eu sabia o que

estava fazendo e das consequências que isso poderia tomar.

Eu quis tirar uma vida e quase tirei a minha vida também.

Eu tinha sido egoísta.

..

Adormeci em meio dos meus pensamentos e acordei com a enfermeira retirando delicadamente a

agulha da minha veia. Sorri amigavelmente para a mesma e mexi na poltrona.

- Você está de alta - sorriu amigavelmente - Seu namorado está na porta te esperando.

- Meu namorado? - perguntei confusa.

- Sim - saiu me deixando sozinha novamente.

Depois de um tempo que eu me toquei que ela provavelmente estaria falando do Diego e ri.

Nunca que eu namoraria esse garoto.

Levantei e me ajeitei, ainda estava com o vestido da festa e o casaco de Diego. Prendi meu cabelo

num coque e em passos lentos fui em direção a porta. Diego estava me esperando no corredor e em

silêncio, nós fomos até o carro.

O caminho inteiro foi puro silêncio, um clima chato e eu dei graças a Deus quando chegamos no meu

prédio.

- Obrigada - o agradeci e sai do carro.

Diego não disse nada, apenas deu partida. Eu estava cansada e sedenta por um banho. Abri a porta e

tudo estava um total silêncio, Gabriel não deveria estar em casa ou estaria dormindo.

Deixei meu salto no canto da sala e joguei minhas coisas no sofá mesmo. E fui sem fazer barulho

algum até meu quarto, entrei no mesmo e fui direto para o banheiro tomar uma banho, estava louca

pra tirar essa roupa e esse cheiro de álcool de mim.

Enquanto a água caia sobre meu corpo eu pensava sobre tudo, minha mente estava a milhão. Pensei

muito sobre o que Diego tinha me falado mais cedo, na minha vida, em tudo.

Tudo estava uma bagunça e eu precisava colocar minha vida em ordem novamente. Eu não queria

mais viver na indecisão, na incerteza.

E muito menos na mentira.

Sai do banho com uma toalha enrolada no corpo e a outra enxugando o cabelo. Meu celular estava

lotado de mensagens, algumas delas eram do pessoal perguntando o que tinha acontecido comigo, o

porque tinha ido embora do nada e eu menti, claro.

Eram seis da manhã quase sete, coloquei um pijama e deitei na minha cama puxando a coberta para

meu corpo. Deixei meu telefone carregando e me aconcheguei, não havia nada melhor que chegar em

casa após um dia turbulento.

A paz que eu gostava.


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