Chapter 25: Capítulo 24
Chapter 25: Capítulo 24
Diego.
Manuela tinha entrado no banheiro fazia quase uma hora, estava quase achando que ela tinha morrido
lá dentro. Eu estava encostado no batente do banheiro dela, não vou negar que estava nervoso,
nunca tinha passado por isso antes, sempre transei de camisinha e isso tinha sido um mole do caralho
que eu tinha dado, não sei porque que na hora não lembrei de coloca-la. Na minha cabeça passava
um monte de coisas, ela ainda era menor de idade, seu irmão era meu melhor amigo e ainda tinha
isso, como que eu iria explicar para ele que sua irmã podia estar esperando um filho meu?
Gabriel iria me matar, era certo isso.
Estava tão perdido nos meus pensamentos que não percebi que Manuela tinha aberto a porta do
banheiro segurando o teste já feito nas mãos e me olhava com o olho brilhando, cheios de lágrimas.
Eu a olhava esperando a resposta, meu coração só faltava quase sair pela boca. Ela não disse nada
apenas se aproximou e me entregou o aparelho. Eu estava tremulo da cabeça ao pés, quase não
consegui enxergar os dois tracinhos confirmando que Manuela estava grávida. Fiquei uns minutos
olhando para o teste ainda tentando acreditar no que estava acontecendo.
A ficha não tinha caído, parecia que era mentira. Puxei Manuela para um abraço e a mesma chorava
de soluçar, igual criança. Tentava acalmar ela dizendo que ia ficar tudo bem e pedia pra ela se
acalmar. Suas lágrimas molharam minha camisa, não conseguia dizer mais nada pra ela além do que
eu repetia toda hora, porque no meio dessas palavras eu também tentava me ficar calmo mesmo que
fosse em vão.
— Eu não posso ter esse filho — disse entre soluços — Não da Diego, eu não posso — chorou mais.
— Calma, Manuela —segurei seu rosto, seus olhos estavam pequenininhos e inchados — Essa não
era hora pra tomar decisão de nada — assentiu e se encostou no meu peito novamente.
Ela deitou e acabou dormindo chorando, a cobri e observei seu rosto vermelho por conta do choro e
todo inchado. Sentado na ponta da cama eu fiquei olhando o teste, não sabia de nada daqui pra
frente, parecia um filme que a cada cena tem mais e mais surpresas. A deixei dormindo e fui pra sala,
não iria embora, eu não ia deixa-la sozinha então fiquei a esperando acordar.
...
Acordei no susto com Manuela fazendo barulho na cozinha, a olhei a mesma estava com um pão na
boca e segurando outro na mão.
— Desculpas, eu não queria te acordar — disse de boca cheia.
— Tudo bem — me espreguicei-me e andei até a cozinha, onde a mesma estava — Como você está?
— me encostei no balcão a olhando.
— Ainda em choque — bebericou seu suco — E-eu..não sei, é estranho porque eu não sei o que
sentir, sabe?
— Você quer ter o bebê? — despejei a água da jarra no copo — Eu não vou te obrigar a nada, decisão
é toda sua.
— Eu não sei — encarou o chão.
Ficamos conversando um tempo, até mudamos de assunto pra descontrair um pouco e aquele clima
sair. Manuela vomitou tudo que ela tinha comido após acordar e só fui embora porque ela
praticamente me expulsou depois de eu encher o saco dela perguntando se ela realmente estava
bem.
— Tem certeza? — perguntei rindo e ela me empurrou para o lado de fora.
— Obrigada por ter ficado aqui, Diego — se encostou na lateral da porta — foi bom ter alguém nesse
momento comigo, mesmo sendo você.
Rolei os olhos e ela riu. Me aproximei dela e despejei um beijo em sua testa antes de ir embora. Entrei
no elevador e a imagem do teste com os dois tracinhos não saiam da minha cabeça.
Caralho, o que estava acontecendo?
Entrei no carro e dei partida, dirigia tranquila mente beirando a orla de Copacabana, algumas pessoas
caminhavam, outras andavam de bicicleta, enfim, uma diversidades de pessoas fazendo inúmeras
coisas e não era novidade pra ninguém já que a orla não importasse o dia e horário, ela sempre
estaria movimentada.
Cheguei no meu prédio uns dez minutos depois, coloquei o carro no estacionamento e entrei no
elevador apertando o número do meu andar. Eu estava cansado, queria tomar um banho e deitar. Ao
chegar no meu apê, joguei as chaves em cima do balcão e fui direto para o quarto, coloquei meu
telefone pra carregar e peguei a toalha pra ir tomar uma ducha. Demorei em baixo do chuveiro, estava
tentando digerir tudo que tinha acontecido hoje, eu sempre imaginei sendo pai mas nunca pensei que
seria tão cedo e dessa forma.
Era difícil acreditar.
Sai do banho com uma toalha amarrada na cintura, passei o desodorante e coloquei uma samba
canção preta. Sequei o cabelo com a toalha e o penteei com os dedos mesmo, estava com preguiça.
Não estava com fome, deitei no sofá e coloquei em uma série.
Não prestei atenção em nada, meu pensamento estava longe. © 2024 Nôv/el/Dram/a.Org.
Que dia.