Capítulo 110
Capítulo 110
Capítulo 110
Ao lembrar–se da foto que sua mãe lhe mostrou, Dionisio sentiu uma onda de raiva tomar conta de seu
coração
Não deveria ser assim, afinal, ele não ficou tão enfurecido quando viu Inês sendo levada por Noe Serpa da última vez. Por que hoje está assim… Será que ele se sentia enganado?
Inês, o que realmente se esconde por trás daquela sua aparência orgulhosa?
Quem era o homem naquela foto?! This content © Nôv/elDr(a)m/a.Org.
Ao ouvir as palavras de Dionisio, o rosto de Inés empalideceu em um instante. Ela murmurou em descrença, com uma voz suave, “Dionísio… você não confia em mim?”
Dionisio não disse nada, demorou um tempo antes de dizer: “Inés, você já me enganou alguma vez? Você está me usando por causa do meu status?”
Que pergunta ridicula.
Com os olhos marejados, Inés sorriu, “Dionisio, se eu disser que não, você acredita?”
Você acredita?
Não houve resposta de Dionisio, apenas sua respiração pesada e prolongada podia ser ouvida. Inês entendeu de repente, riu baixinho, como se não tivesse mais medo de nada, e então, deixou até mesmo a defesa de Dionísio para trás.
“Bem, se é assim, então não tenho mais nada a dizer. Obrigada pela sua consideração, Dionísio. Eu não vou mais te incomodar. Boa noite, Dionisio.”
Boa noite, Dionisio.
Aquela chamada telefónica foi como uma despedida final, com a voz rouca de Inês, Dionísio percebeu o adeus silencioso.
Subitamente, seu coração foi tomado por um pánico avassalador, sentindo que algo estava escorregando por entre seus dedos, algo que ele não conseguiu segurar. Quando ele tentou compreender de onde vinha essa inquietação, a imagem de Inés de costas surgiu em sua mente.
Logo depois, o som de beeps indicou que a chamada tinha sido encerrada.
Dionísio ficou parado, segurando o celular, com seu rosto refinado tingido de pavor. Pela primeira vez, ele mostrou um olhar de desespero infantil.
O que Dionísio não sabía era que, por causa daquele mal–entendido doloroso, ele passaria muitas noites insones, desejando, repetidamente, por uma mulher que ele nunca poderia ter.
Estava chovendo muito, Inés olhava fixamente pela janela, sentindo seus dias passarem em uma névoa, incapaz de distinguir entre dia e noite.
A morte de Santiago foi um golpe devastador para ela. Inês se encolheu na cama, se enrolando como um bebê recém–nascido, sua menté era um caos, sua consciência vinha e ía, ela sentia como se não estivesse vivendo na fealidade, como se ainda estivesse em um sonho.
Parecia que ainda podia ouvir a voz de Santiago, que ainda podia ver seu rosto.
Mas a realidade cruel a arrastou para um frio e escuro abismo, constantemente despertando e permitindo–se cair em devaneios.
Não posso mais viver… continuar vivendo… são tão difíceis… tão incrivelmente dificil…
Inés não sabia como superar essa adversidade. A realidade a havia quebrado completamente, sem esperança para o futuro, o que mais poderia ser dito sobre a vida?
Não se sabia quando, mas começou a chover pesadamente lá fora, assim como no dia, cinco anos atrás, quando Noe Serpa a destrulu, O som da chuva batendo nas janelas era intenso, Inés olhou para a chuva torrencial lá fora e correu para se perder nela, correndo desenfreadamente, como se quisesse liberar toda a sua frustração e ódio.
Noe Serpa… Você sente algum remorso? Como você pode fazer isso comigo, em uma vida que me deixou desesperada? O que você vai fazer por mim?
Inês carregava seu celular e se viu correndo por uma rua deserta, todas as lojas fechadas, exceto por um café que exalava uma luz suave.
Aquela luz parecia iluminar a escuridão de seu coração, Inés se aproximou, pensando em se abrigar da chuva.
Sua silhueta vacilou e, no segundo seguinte, uma sombra escura a cobriu,
Um homem com um guarda–chuva parou ao seu lado, olhando para ela encharcada, com os cabelos molhados colados ao corpo, delineando suas curvas enquanto as gotas de água escorríam,
Teodoro Farnese estava ali, segurando’o guarda–chuva atrás dela, com um sorriso zombeteiro em seu rosto sedutor e olhos azul–esverdeados brilhando como esmeraldas’de qualidade, incrivelmente belos.
Ele falou com desprezo, mas com uma arrogância encantadora.
“Por que toda vez que eu te encontro, é quando você está no fundo do poço?”